segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

EuCor Reprime

EuCor Reprime
apresenta:

Viola Partida

e confira tambem o vídeo e ensaio literário:

VincebuZ "A Derrocada Do Dezembesto"

http://www.periferiaspaulistas.blogspot.com/

aquele abraço.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Rarefeitos Imbitubianos

salve gente amiga! de lá´pra cá e daqui pra lá...
será que tem gente lendo isso pra mim ta saudando pessoas... sou um louco...
mas então... tem coisa quente ai abaixo...

esses pedacinhos, tecos de textos, é uma pequena mostra do livro que estou produzindo a dois meses e meio mais ou menos, "As Montanhas Do Homem Adormecido", que em sua ideia geral resumindo eu tento descrever o dia em que conheci dois amores, mentira? não! então por mim isso já vale um romance, e como todo romance vem com um contexto social e relativo com sua sociedade vou tentar descrever um pouco da cultura urbana, artistas de rua, falar um pouco sobre a ideía do CICAS (Centro Independente de Cultura Alternativa e Social) do qual fui um dos fundadores e apresentei-o para muitas pessoas abrindo a porta para a cultura numa tentativa de expandir a arte mais aidante... é mais ou menos isso se naum perde a graça... já tem 17 cápitulos, muita gente envolvida nas ilustrações, diagramação, lançamentos, entre outras atividades bem interessantes... atrativos que não vou dizer aqui para que as pessoas não façam antes de mim, odeio isso, mas deve-se ter uma caixinha de segredo as vezes... quando começar a rodar com esse material vou tentar lançar ele pessoalmente numas dez capitais brasileiras pra começar o corre como escritor independente, e não como escrevinhão que fica entocado nas quebradas, nos bairros, pensado que literatura está na porta de casa... tem uma composição de mais ou menos 12 telas pelo meu amigo Di Molinaro, artista plastico gente buena, meio que na pegada do Dalí, uma mistura de sulrrealismo e paranoico-crítico... terá outras telas e rascunhos de meu camaradão Heavy, o cara é da pancadaria extrema, roqueiro do mal, diábolico e demôniaco mais ou menos... e tem o vídeo que também estou produzindo, mas esse é um processo mais demorado e precisa ter todo a composição deste material completo em mãos pra começar o ciclo de lançamentos.

ah... tem um texto ai que tentei escrever em espanhol, entaum além dos erros em português tem esse probleminha, não tem nada revisado, esses textos que estão abaixo não representam 1% do que eles são realmente, é mais uma tentativa deste louco alucinado de produzir um material gigante, compacto, atuante... boa leitura... __ será que alguém vai ler isso... não comentem, mas divulguem se possivel. essa é uma mostrinha da terceira parte de "As Montanhas do Homem Adormecido"


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XII _ Matar por amor é mito. Se mata é por odio...vê-de a intimidação que meus olhos causam, parecem acuar, impedem os tiros... só ele os impede. as proibições... as ameaças de morte... ignorâncias desmedidas... sem que tenha proteção irei matar. há irei! já que a justiça tem medo de fazer as prisões... por isso minhas causas com forças reais... "as vezes a morte serve de exemplo", quem sabe um ponto final imediato"... ("eu quase mato tua filha, quase... só não fiz o pior porquê pensei na minha"... a noite é de um receio, sem segurança, sem alguém que tome conta, dela, ou, de mim)... é a única luz, um susto, um pirata sobre as margens desconhecendo os mares, como uma energia que move os ribeinrinhos sobre as operações, a grande arma, a arma pesada, é o medo que vou fazer pertencer a minha réfem... já escolhi o alvo, o dia, e sei que haverá falha no sonho de ser alguém, de sol a sol... sobre o trabalho exaustivo quem não deseja ser reconhecido... mesmo que seja anos depois. só os bons homens precisam de uma ficha limpa, um nome digno, sei que eles não mancham, mas limpam o sangue das mãos...
...

maldita mente. maldito sentimento. isto não tem fim, não tem mesmo... de esquina a esquina o chão muda, as linhas, e principalmente as guias sobre essas outras estradas... e sei, e sinto, a queima roupa... que se continuares a seguir-me vou matar-te! a chuva quer começar sobre o caminho de um bom moço, ou eu o era... já fui apaixonado. já fui... ei-de fazer dessas incertezas que faz as lágrimas, os berros, os colchos de solidão... a facada no peito. quem sabe uma facãozada numa qualquer...

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XIII _ Los hombres...
Nas brumas de um passado remoto,
"Pulcherrima etruriae civitas",
Incessante luta cívil...

A notável era antiquíssima, "comuna",
Primeira organização política que proclamou liberdade cívil aos homens, príncipio do séc. XV, primeiro ato da História.
Elevada tutela imperial... primeiras bulas do poder temporal,
Depusesse excomungando os vassalos,
De joelhos e descalços a pedir perdão,
Excomunhão declara-me livre! Desavença é a corrente por tantos séculos...

Não logro descendentes... após batalhas sem contar heróismos incompáraveis conservando relíquias das vitórias em batalhas.
Humilhante tristeza derrocada.
Coberto de luto impossibilito a cidade indomável,
Vibrante e arrebatado transpasso corações antes de ser aniquilado para a glória da humanidade.
Encarnecimento tortura, persegue este vendado homem em festas jubilares...

"O quinto elemento é formado por pessoas e coisas indespensáveis a vida."

As tiranias brilhantes fecundam quedas definitivas ao pináculo da glória, surtos extraordinários em dignidade cardinalicia ao anunciar dias sombrios...
Grandeza, sordidez, pantanal de misérias, amigo de filósofos, "Cosimo; O Grande" um próprio sábio, em santuosos pensamentos para a "Duqueza Infeliz" , (Eleonora de Toledo) ociosa parasita, de alma popular cálida, em ardor político, sem sonho etrno a arte, de pouco lâbor humano, opulenta, progressista da fama, de brilho estranho, fama inigualavelmente opaca... __ o que procuras neste meu mundo? só amor? vedes quanta alegria me cerca? quer ser obra-prima entre miseráveis? A fama artesã que nada pode se entrega ao nada com tudo, estais querendo renome imortal meu bem por estas bandas... vai ser preciso mais som, e muita força no meio das pernas... Esse seu grande lexico complicado é feito em todas as regiões onde há vida humana, há milhares, centenas de séculos. seja em Florença ou no inferno que Beatriz dormiu; isso é prjudicial a minha inspiração, sou pobre, que não quer ser artista, mas que compõe muito, que só tem um espírito, e contenta-se, como... ser indomável? os efêmeros não veem triunfo.


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XIV _ Eleonora
A mulher desventurada que vira em cada canto uma estátua, como um painel de obra-prima parecendo a duqeza mais poderosa da terra sem o vigante olhar materno de "nos verdes" ao amadurecimento precoce, com amor de anarquia, simboslismo, ricamente ligada aos seus pactos, solenes e desastrosos esperando talvez uma "profecia" no seu inferno de paz, era mesmo, um inferninho de paz moderado, de genuidade, bondade, respeito, de amor verdadeiro.

Foi ela a divisa de meus rios, privada na unha de todos os vícios, "escurecendo-se em vida pública, a menina é pura opressão"... por onde caminha e com quais maneiras de depressão fantasiosas, "não aceita os vínculos de um pobre", complacente, furtiva, se emociona em seus tabernáculos vázios, em caráter reservado, distante e severo, (daquelas que afastam a exuberância que é a normalidade da vida), nunca lhe fiz um véstibulo mas lhe dei cama, a minha e com todos os meus sonhos... sono e uns segundos qualquer de paz. Ricamente decorada, "sempre aos outros", perdo de mim parecia como uma entresticida felizarda, como se viesse de passagem do mar vermelho, as traças... restava a mim ser Moisés fazendo brotar água da rocha...

Em meu quarto parece que vivia a mais infeliz das mulheres, meu deus como pago por amar diversificadamente, propondo futuros que ela nunca virá ou acreditou, imaginado até mesmo filhos e mudar de vida... será mesmo isso que ela quer... que elas querem?
Um perfil altineiro é que posso enxergar na esfuma linha do horizonte, deveria pensar na svielas escuras, cabanas perdidas, onde outras mulheres seriam mais felizes do que ela... maldita hora que junta a fome com a vontade de comer... como tirar uma pessoa de um labirinto do qual ela mesmo o criou e não quer achar a saída... a vi tão soberana enfiada naquelas cordas de sussuros, parecia flôr eterna ao meu pulmão, "se um dia fores embora te amarei bem mais do que essa hora", já tinha esse pensamento... sentia o árbitrio percorrendo todo meu semblante em nosso caminhar... não há palavras...

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XV _ Las Montañas del Hombre
Sentate! esto no tiene por quê ser desagradable. ?emudececiste? nadar contra la corriente, esto es un asalto, vete el carajo! a tu lado todos tenemos problemas, se iso sueña como algo que uno le diria al psiquiatra. no toleram las mientes independietes... una especie de memoria es um hombre habilitado al engano.

__ Entonemos las voces y el corazón, olvidemos todos los problemas, te sacas de mi cuerpo cerrado entoces.
__ ? de que carajo estás hablando?
__? que trasero no besé? antes que la tortuga meta la cabeza y sus...

Sacanagem! quitaremos toda la grasa de pollo de sus nalgas...
Nos meus mistérios fantasiados fostes sempre vivente, mas você me matou com seus outros sonhos... "uno piensa que es para siempre, con el tiempo empiezas a sentir tu mortalidad... no hay más tiempo para deshonestidad... no soy está persona que estás a mirar, lastimar de esa forma..."

__ Pero! es una perra fria y alzada.

Debemos aclarar, siempre te lo dije que era algo más frivolidad. __ no es solo um juego! es vida! creo que tantas fechas, la mierda de informacíon en crudo... yo soy un pobre diablo, del poder de hablar estoy dispuesto, material secreto, donde las aparencias enganam... disseminacíon, segundo lugar a cabo tu amenaza, tu pequeña y hueca cabeza mordió el pez...
Si sera el momento, yo no aplasto, mijor, aqui nos conocimos, ? recuerdas? es difícil saber que dias son importantes hasta que se lo jure paranoico por todos los cielos representa la estupidez de una aliaza de imbeciles.

__ Usted es una de las imbéciles contra los que tengo luchado toda mi vida. toda mi jodida vida! deténgase entrusa. trato abordar, hubo tropiezo em la calle.

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XVI _ "Speziali" Questo é Cristo? (O Boticário)
A raiz brota em química. sobreponhonho-me em terapia vegetal. é o símbolo apropriado de um feiticeiro a frente do estandarte, exprimindo a profissão de miséricordia. minha clínica vem propriamente da antiguidade, em momentos reservados... nunca foi impuro tocar o corpo com as mãos em meu ver...

__ Farei sangrias!

Se barbeiros foram cirurgiões, imaginem o que pode ser um poeta-homem-bomba! pra mim; as putas são psicólogas analistas sob à luz do archote. durante três mil anos a sangria foi o rémedio para todos os males, sangrava-se por qualquer motivo medicinal e por motivo nenhum... por isso meu amor as ervas... do cabeça, passa a faca, dor de ouvido corta, se tiver com um torcilo vai pra facada... era foda esses tempos... e teve gente que fez amputação na tora! vendo e tudo mais...

Trilogias e longividades me cercam hoje, me sinto melhor... pelos trabalhos braçais atingirei os últimos degraus. eu prometo mãe.

Para se viver muito são necessários; o repouso, gênio alegre e comer pouco.

Teço como um anatomista as ilusões e esperanças do empirismo, de supertição, fantasia... é muito antiga o engraçamento dos homens em apelo pela ingratidão, e a dor hoje é uma névoa rápida... em boas épocas o vinho era o prestígio celestial, desencandeando as doenças divinas, ascendendo alegrias inefáveis, luciferíanas. essas oferendas de posteridade, conhecido como o líquido da vida depois da água, nos fazem dormir no inferno, sem sacríficios na manisfestação expoente da inteligência me entrego ao cruzeiro do sul... Usurpando das glórias deixadas com verdadeira emoção constituíndo no ponto extremo desta terra, "sozinho eu sou agora o meu ínimigo íntimo", saga[cidade indíscutivel, porquê deus não tem portas em seu paraíso? telefone, correio, uma cominicação real... o que vem a nós do paraíso finalmente. será estas sagas[cidades o paraíso que ele nos tem mantido trancado, na chave, longe dos caminhos pacíficos e seguros? estamos estipentiados estudando e trabalhando em seu projeto do próximo paraíso?

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XVII _ Acima do Teto Acabado
Aprendi uma coisa interessante esses dias... "ninguém vem ao mundo à passeio". Lembrei de você hoje, abandonei as montanhas, largueis os mares, e me joguei para ver uns dias infernais e compor este cápitulo; já falei que lembrei de você? em cada prédio, em cada passo reluzia aquilo que não sei enquanto a gente pensa que sabe tudo... tive sonhos caprichados ontem e quase reais, me estavas cercando em meu último sono? Você nem imagina! não mesmo! se soubesse onde estou... voltar aqui é bom, é um chamado primitivo que me chama pela terra sem freios, os prédios que apontavamos estão bem mais brilhantes, cada dia mais populosa esta isso, muitas luzes, devem ser novos moradores que assim como nós estão procurando não desistir de um final feliz... é... estranho isso, a felicida ser encontrada no fim... em compensação a sonoridade dos autos sobre o viaduto das pedras falantes encontra-se com a imagem disvirtuada de nosso silêncio. tem algo errado comigo neste lugar, é sinistro pensar no tempo que passamos aqui, é como se fosse ao Overlock de Sthephen King, me sinto iluminado, vendo coisas e mais coisas... olhando bem agora; é bom não conhecer nenhuma reza de teu terço...


Humberto Fonseca

domingo, 23 de janeiro de 2011

Homem de Pedra VIII

salve! salve!
continuando a prosopopeia dos tolos achei um poema que o chamo "das antigas", no tempo em que sentia-se um iluminado ao escrever, "porque da maioria dos livros que li hoje se tiver bom mesmo são dois ou três capítulos", e ter um texto como esse que percebe-se duas ou três frases boas para mim não é o que interessa, mas a possibilidade de escrever um livro com mais qualidade e menos diagramação, do que a mídia que os sábios escritores oferecem, "qualidade hoje é mídia", é? é mesmo? _ dê-me folhas!



é bom ver que o homem escreve o seu passado. mas é no futuro.
eu já descobri onde se entrava as metaliguagens; o que sempre me faltou por falta de interesse é crítica. sugestão. desembargo social. arte que se questiona aqui não é solução, num é abreviar, arte aqui é a vida.

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Homem de Pedra VIII
(Perto do Começo)
 
Era um dia turbulento...
Mal sabia como, ou se fazia...
Parado e andante, assim era...
Aquele dia solta-o...
Com um time de futebol por vez,
Galera pequena, mas que vive na correria.
Em toda sua amizade, eram as boas suas más companhias.
Mas ele...
Queria mesmo era ver o fim...
O começo é sem graça,
Tudo está fora de lugar ou inexistente,
As provações duras e não tementes...

teme a vida...
teme a morte...
teme tudo...
até a sorte.
libera a dor que amplia,
na cegueira,
de paladar em tatos,
dos cascos.
__ "Ei! Homem de Pedra? É você? Completamente cego... Velho gagá de gerações, mal viu filhos, abraçou netos, e bem de perto vê ele...rs, agora premedita como vai ser o tão esperado... conserto de lima em pedra, devagar como um fugitivo, sendo... e espantando, pronto para causar-te..."
 
__ "um dia Perto do Começo, eles terão seu fim de perto, ou seria Perto do Fim?"
( são dois pontos externos, que estão sempre de fora, e fora a humanidade, tudo, tem seu fim, começo, é muito pouco de vida, mas para isto o Agorismo prescrevo... que ele não vai ser apenhado, apanhado, sem mordaça enforcado. suba no balde? deixarei teus pés a 10 centímetros do chão... só para teres o gosto de ver você me pisar, iria tremer na base, e antes de borrar-se morrer.)

e morte é solução,
             e vida o começo...
                      e morte é solução,
                                      e vida o fim,
                                                      e mais...
                                                                                       tem vida que morre,
                                                                        tem vida que vive,
                                                                outros se enganam,
                                                e de pedradas se atingem,
                                       a era da primeira,
                       tome-a na testa,
__ "tremível, aquela capa nem segurava o vento por entre suas linhas... ela tremia, balançava... e a chuva de letras aumenta, e seus pingos começam a encharcar os pés das folhas, mas em meio da tempestade pensou no copo, e em quantos aborrecimentos poderiam estar em efeitos sísmicos... é o começo de uma lógica sem igualdade. onde todos terão de se procurar antes de ter. e não faça o mesmo ir-se, ou tramar o fim, aqui tem uma grande permissão, á do sim, á do não, e começou..."
em avos,
ficou gago.
__ !... 'percebia-se que não sairia do mesmo modo, que teria outras interpretações, ações, em formas bilionárias de vistas as coisas mudam, e pegam outro rumo em novas bocas, acrescidas de teu conhecimento pode reinventar-se e até mesmo te destruir'
__ Perto do Começo...
Olha bem,
Vê se finca o pé,
E saí fora!
 
Humberto Fonseca



sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Rainha do Rosa

Rainha do Rosa


sob os ventos do fim de tarde, uma agonia desesperada adormecida começara a desfragmentar-se de meus ânimos e algozes...

oh areia... oh céu...
vedes tu quem é ela para que saiba um talvez. um outrem.

as areias antes tímidas e desaparecidas envoltaram todo meu raio de percepção...
era uma ressureição. coisa que só acontece a cada mil anos ou duas vezes na vida do homem... o corpo, os lábios, seus ares e crishinas enfeitiçavam o vento que soprava entre as ondas e montanhas.
serei tapete. pés. enfeitiçado a rodar pelos teus passos deusa?

um olhar de mariposa adormecida, em veraneio de vespa ferrenha, das melhores febres, daquelas que os líquidos escorrem pelo ferrão... te darei veemencia minha senhorita. sempre na primeira fila... na primeira onda... para que meus olhos em te pousem e abrace teus sonhos sujos, tua consciência ignorante, seus ridos e teu ardor íntimo, impulsivo, abstrato, do qual estarei sempre fiel a tuas ordens.
deusa das areias. moça de craridez. cândida. complacida de paz exterior interiorizada, como um espelho que usas só pra refletir as imagens que nunca voltam...

oh areias... oh céus... oh Cléo...

andas tão serena fora dos grilhões,
que nem tem validade para uma rainha,
és uma mulher, sem coroas, tridentes, tronos...
mostrando ser, uma simples, doce e faminta mulher.

a vida pouco me disse Marco Antônio... mas o que a ciência tem mostrado é superior por não conhecê-la. a finura, magra e bela, esbelta, dura, enrijecida com carnes para ser descobertas faz-me ver um corpo tão fantasioso quanto seus pequeninos pés...
pisando macio. com rastros entre as ondas e areias, sobre o tapete dos mares as tuas pegadas apagam-se com ventos, e as marés cada dia mais altas desejam apagar todas tuas passagens, quer deixar sobre meus pensamentos os caminhos de teu andar. leve andar...
por onde vou... por tantas mulheres que já vi, nunca serão como as daqui... se os raios dourados de tuas terras passadas podem ser vividas sobre este esplendor de lugar, se tu quiseres é claro... é meu simples lugar... e quem sou eu para oferecer-te um olhar de vida e lugar diante tudo? se és minha preciosidade... relíquia que deve ser possuída. nunca guardada à meros olhares que te vê como algo intocável, de imenso respeito, pois tudo que é belo além de se olhar; merece muitos toques, passes e apertos... não estou vendo uma estátua, imóvel, que espera incondicionalmente um olhar petrificado que contempla as belezas mais raras, sobrenatural mesmo será o dia em que eu adentrar os ares  deste teu ventre.
Nifertite teria mil ciúmes, duas mil invejas e algumas infinitas especulações de arrependimento se visse o que tens de todas as rainhas dos desertos... por estas areias de vida ampla e quente, as águas te esperam mornamente com infinita paciência do cheiro emanado pelo fumo que você balbucia, esses seus passos tímidos me faz viajar no estado vago em que vivi por alguns meses, faz tempo, faz muitos sábados e domingos que meus dias não mudavam... sem feriado algum tu me paraste. e parece que agora, à de vir dias diferentes. enfim...

tu és dona desta razão sem piedade,
no peito do poema, no bico de teus seios,
em cada pelo que se arrepia, em cada cabelo que move-se,
a ternura de ti corre, e o chão abaixo de mim abre-se...
na dourada cor de ouro.

se queres pirâmides, blocos de energias, placas tectónicas, o magnetismo apossou-se e acorrenta-me... beleza maior deste pobre negro, escravo, mestiço, é aos pés da nobre rainha que sempre terá belas sapatilhas, com sua devida atenção, escutando as realizações impossíveis de um contexto que nunca vou querer mudar, a coroa de nada vale santa minha, de ti só quero teu corpo. e os pezinhos... não para sempre. não por instantes. por mais que te ofereçam reinos, teu amor real pode estar naquele te escuta.
de um verão resta-me uma seda como destino para fumar, escrever...

Humberto Fonseca